Nascido em Natal, Miguel Joaquim de Almeida e Castro (Padre Miguelinho), é considerado o maior herói da história norte-rio-grandense e um dos mártires da independência brasileira, ao lado de Tiradentes, Miguel Joaquim de Almeida e Castro (o futuro Padre Miguelinho) passou a infância e parte da adolescência em Natal. Em 1784 transferiu-se para o Recife, onde entrou para a Ordem Carmelita da Reforma. Ali recebeu o nome de Frei Miguel de São Bonifácio. Era de pequena estatura, daí o apelido de Miguelinho. Dado o seu grande amor aos estudos, foi premiado, mais tarde, com uma viagem de estudos a Portugal, onde conviveu com eminências do clero lusitano e continental. Volta a Pernambuco em 1800. Câmara Cascudo retifica o que considera um equívoco na biografia de Padre Miguelinho. Seu mês de nascimento seria novembro, e não setembro, como querem algumas historiadoras. Cascudo baseia-se no registro de casamento dos pais de Miguelinho, onde constam informações sobre os filhos do casal Manuel Pinto de Castro e Francisca Antônia Teixeira. Por não ter vocação para a vida monástica, obtida do Papa Pio VII o seu breve de secularização. Atraído pelo magistério, passou a lecionar no Seminário de Olinda à cadeira de Retórica, defendendo ideias que se sintonizavam com o movimento emancipacionista que proliferava por toda província, sobretudo nos quartéis e lojas maçônicas. No dia 6 de março de 1817 estoura uma revolução, cujo objetivo era criar no Brasil uma República independente de Portugal. O governador logo capítulos e está preso na Fortaleza do Brum, no Recife. Miguelinho foi um dos principais líderes do movimento. Como Secretário do Governo Provisório redigiu toda a sua documentação mais importante, inclusive a proclamação revolucionária. Mas a contra-reação não tardaria a vir, de forma implacável, por meio, do Conde dos Arcos, da Bahia.
Em maio o Recife foi bloqueado pela esquadra do Almirante Lobo e, por terra, pelo exército do Marechal Cogominho de Lacerda. Logo começam as deserções nas hostes do Governo Provisório. Com a derrota do movimento, Miguelinho e demais líderes são presos e levados para a Bahia, no Brigue “Carrasco”. No dia 10 de junho começa o seu interrogatório. Miguelinho toma uma atitude desafiadora e não pronuncia uma única palavra em sua defesa. Só no momento em que o Conde dos Arcos sugere, maldosamente, que alguém poderia ter falsificado as suas assinaturas para comprometê-lo, ele reage: “Não, senhor, não são contrafeitas; as minhas firmas nestes papéis são todas autênticas e, por sinal, em um deles o “o” de Castro ficou metade por acabar, porque faltou papel”.
Em 11 de junho de 1817 é prolatada a sentença de “morte cruel” contra ele, que a recebeu com tranquilidade. Rejeitados os embargos, no dia 12 de junho daquele ano, às quatro horas da tarde, Miguelinho é arcabuzado no Campo da Pólvora, em Salvador. Seus companheiros são forçados. Deixou um exemplo de patriotismo e amor à liberdade acima de qualquer outro interesse humano. Falecendo na Bahia em 12/06/1817. Miguelinho é Herói das lutas da independência do Brasil, nome de rua na Ribeira, Natal/RN, de Escola Estadual na Capital, do Palácio da Câmara Municipal de Natal e de loja maçônica. Com informações do livro 400 Nomes de Natal.
